5 Dicas de como se prevenir do Jogo da 'Baleia Azul' e seus desafios


Jogo da 'Baleia Azul' e seus desafios: cinco dicas para a prevenção de pais e alunos.


Existe uma pessoa por trás da tela, essa pessoa é responsável por ditar as regras e passos a serem tomados no decorrer do jogo.
  1. Com uma faca, escrever a sigla "F57" na palma da mão e em seguida enviar uma foto para o curador.
  2. Assistir filmes de terror e psicodélicos às 4:20 da manhã, mas não pode ser qualquer filme, o curador te indicará, lembrando que ele fará perguntas sobre as cenas, pois ele quer saber se você realmente assistiu.
  3. Cortar seu braço com uma faca, "3 cortes grandes" mas é preciso ser sobre as veias e não precisa ser muito profundo, envie a foto para o curador, e seguira para o próximo nível.
  4. Desenhar uma baleia azul e enviar a foto para o curador.
  5. Se você está pronto para se tornar uma baleia escreva "SIM" em sua perna. Se não, corte-se muitas vezes "Castigue-se".
  6. Tarefa secreta, o curador sempre muda o sexto desafio, baseado no perfil do jogador.
  7. Em sua rede social, escreva “#i_am_whale” no seu status do VKontakte(Rede Social Russa) ou no Facebook. O texto quer dizer "Eu sou uma Baleia".
  8. Ele te dará uma missão baseada no seu maior medo, ele quer fazer você superar esse medo.
  9. Acordar as 4:20 da manhã e subir em um telhado, quanto mais alto melhor.
  10. Desenhar uma foto de uma baleia azul na mão com uma navalha e enviar a foto para o curador.
  11. Assistir filmes de terror e psicodélicos, todas as tardes.
  12. Ouça as musicas que os "curadores" te enviarem.
  13. Corte seu lábio.
  14. Fure suas mãos com um agulhas.
  15. Faça algo doloroso, "machuque-se", fique doente.
  16. Procurar o telhado mais alto, e ficar na borda por 22 minutos.
  17. Subir em uma ponte e ficar na borda por 22 minutos.
  18. Faça uma inimizade.
  19. Próximo passo o curador irá verificar se você é de confiança.
  20. Encontre outra baleia azul, "outro participante", o curador te indicará.
  21. Se pendurar mais uma vez em um telhado alto, mas desta vez precisa fazer algo radical.
  22. Missão secreta, baseada no perfil do jogador, cada um recebe uma missão diferente.
  23. Reunião com uma baleia azul que o curador indicará.
  24. O curador indicará a data da sua morte, e você aceitará.
  25. Acordar as 4:20 e ir a uma estrada de ferro.
  26. Não falar com ninguém o dia todo.
  27. Fazer um voto de que você é realmente uma Baleia Azul.
  28. Todos os dias, você deve acordar às 4:20 da manhã, assistir a vídeos de terror, ouvir música que “eles” lhe enviam, fazer 1 corte em seu corpo por dia, falar “com uma baleia”. Durante o intervalo dos desafios entre 30 e 49.
A partir deste ponto o curador fará você repetir todas as missões que foram realizadas até aqui, e na missão 50, será tirar a própria vida.

Especialistas apontam que 'desafio' surgiu na Rússia em 2015 depois de notícia falsa. No Brasil, polícia investiga casos de suicídio em três estados.

O jogo da 'Baleia Azul', que propõe 50 desafios aos adolescentes e sugere o suicídio como última etapa, preocupa pais, alunos e professores no Brasil. Há pelo menos dois casos de morte sob investigação policial, em Mato Grosso e na Paraíba, além de uma tentativa de suicídio, no Rio de Janeiro, que supostamente podem ter relação com o jogo.

O que atualmente está sendo conhecido como "jogo" na verdade é uma sequência de troca de mensagens em redes sociais e tarefas a serem cumpridas. Nas conversas, um grupo de organizadores, chamados "curadores", propõe 50 desafios macabros aos adolescentes, como fazer fotos assistindo a filmes de terror, automutilar-se desenhando baleias com instrumentos afiados em partes do corpo e ficar doente.

Segundo o presidente da Safernet, Thiago Tavares, o jogo foi um “fake news” (notícia falsa) divulgada por um veículo de comunicação estatal da Rússia que se espalhou a partir de 2015. “Era um ‘fake news’, mas existe um efeito que, sendo verdadeira ou não, a notícia gera um contágio, principalmente entre os jovens. O jogo não existia, mas com a grande repercussão da notícia, pode ter passado a existir.”

Era um ‘fake news’, mas existe um efeito que sendo verdadeira ou não, a notícia gera um contágio, principalmente entre os jovens. - Thiago Tavares, Safernet

Tavares lembra que o "efeito contágio" tem suas consequências reais, e não virtuais. “O efeito contágio é um fenômeno muito anterior à internet, e particularmente comum entre adolescentes e jovens.”

Leia também: O "desafio da baleia azul" é um problema porque atrai as pessoas que sofrem com distúrbios de saúde mental, como a depressão.

Dicas de como lidar com o tema:

1. Fique atento à mudança de comportamento

Uma mudança brusca de comportamento pode ser sinal de que a criança ou o adolescente esteja sofrendo com algo que não saiba lidar, segundo Elizabeth dos Reis Sanada, doutora em psicologia escolar e docente no Instituto Singularidades.

“Isolamento, mudança no apetite, o fato de o adolescente passar muito tempo fechado no quarto ou usar roupas para se esquivar de mostrar o corpo são pistas de que sofre algo que não consegue falar”, diz.

2. Compartilhe projetos de vida

Para entender se a criança ou adolescente está com problemas é fundamental que os pais se interessem por sua rotina. Elizabeth reforça que este deve ser um desejo genuíno, e não momentâneo por conta da repercussão do “Jogo da Baleia”.

“Os pais devem conhecer a rotina dos filhos, entender o que fazem, conhecer os amigos”, afirma a Elizabeth. Ela lembra que muitos adolescentes “falam” abertamente sobre a falta de motivação de viver nas redes sociais. Aos pais cabe incentivar que os filhos tenham projetos para o futuro, tracem metas como uma viagem, por exemplo, e até algo mais simples, como definir a programação do fim de semana.

3. Abra espaço para diálogo

Filhos devem se sentir acolhidos no âmbito familiar, por isso, Elizabeth reforça que é necessário que os pais revertam suas expectativas em relação a eles. “É preciso que o adolescente se sinta à vontade para falar de suas frustações e se sinta apoiado. Se ele tiver um espaço para dividir suas angústias e for escutado, tem um fator de proteção”, afirma Elizabeth.

Angela Bley, psicóloga coordenadora do instituto de psicologia do Hospital Pequeno Príncipe, diz que o adolescente com autoestima baixa, sem vínculo familiar fortalecido é mais vulnerável a cair neste tipo de armadilha. “O que tem diálogo em casa, não é criticado o tempo todo, tem autoestima melhor, tem risco menor. Deixe que ele fale sobre o jogo, o que sente, é um momento de diálogo entre a família.”

Angela reforça que muitas vezes o adolescente não tem capacidade de discernir sobre todo o conteúdo ao qual é exposto. “Por isso é importante o diálogo franco. Não pode fingir que esse tipo de coisa não existe porque ele sabe que existe.”

4. Adolescentes devem buscar aliados

O adolescente precisa buscar as pessoas em que confia para compartilhar seus anseios, seja no ambiente escolar ou familiar, segundo as especialistas. “Que ele não ceda às ameaças de quem já está em contato com o jogo e entenda que quem está a frente deles são manipuladores”, diz Elizabeth.

5. Escolas podem criar iniciativas pela vida

Assim como a família, as escolas podem ajudar a identificar situações de risco entre os alunos. “Não é qualquer criança que vai responder ao chamado de um jogo como esse, são os que têm situações de vulnerabilidade. A escola ajuda a construir laços e tem papel fundamental de perceber como os alunos se desenvolvem”, afirma Elizabeth.

Alguns colégios, já cientes da viralização do jogo, começaram a pensar em alternativas para aumentar a conscientização sobre a importância de cuidade da vida. No Colégio Fecap, que fica na Região Central de São Paulo, essa ideia virou projeto escolar: a turma de alunos do ensino médio técnico de programação de jogos digitais começou a criar uma espécie de “contra-jogo” da Baleia Azul.

“O jogo ainda está sendo produzido pelos alunos. Eles estão se reunindo e debatendo a questão. Serão 15 desafios de como desfrutar melhor da vida e celebrá-la”, conta o professor Marcelo Krokoscz, diretor do colégio.

Durante o curso, os estudantes aprender a aplicar linguagens de programação para criar jogos para computadores, videogame, internet e celulares, trabalhando desde a formação de personagens, roteiros e cenários até a programação do jogo em si. Segundo Krokoscz, a ideia é que o jogo, ainda sem prazo de lançamento, esteja disponível on-line para o público em geral.

Ele afirma que o objetivo é a ajudar os jovens a verem o lado bom da vida. “Impacta mais fortemente nossos alunos a partir do momento que eles mesmos criam um jogo a favor da vida.”

Fonte:
G1 - Vanessa Fajardo e Ana Carolina Moreno


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